Rio de Janeiro: Cirurgiões cardiovasculares do Rio podem parar de fazer operações pelo SUS por causa de baixa remuneração
26/08/2010
Publicado em 12/08/2010
Os cirurgiões cardiovasculares que atuam em hospitais particulares e filantrópicos conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) podem rescindir em até 90 dias o contrato com as instituições de saúde no Estado do Rio de Janeiro. O motivo é baixa remuneração paga aos especialistas. A negociação começou no dia 28 de julho e, caso não haja acordo, eles podem interromper a realização de cirurgias.
Ouvido pelo jornal "O Globo", o presidente da Cardiocoop-RJ (Cooperativa de dos Cirurgiões Cardiovasculares do Rio de Janeiro), Ronald Souza Peixoto, diz que as instituições privadas de saúde á estão negociando maior remuneração: "Já fechamos acordos com os grupos Assim, Amil, Golden Cross, Sul América e continuaremos atendendo aos hospitais particulares. No caso dos hospitais públicos, só vamos atender emergências".
A alegação da cooperativa é de que um cirurgião chega a receber como honorário apenas cem reais por procedimento, com o valor total de mil reais que são pagos às equipes.
"Esse valor é ínfimo frente a todo o investimento em capacitação que o médico precisa ter até alcançar a experiência necessária que o habilita a realizar uma cirurgia cardíaca. Para tornar-se cirurgião cardiovascular, são necessários minimamente seis anos de faculdade, dois anos de residência e mais quatro anos de especialização. Oferecer essa remuneração é no mínimo um desrespeito não somente às equipes, mas também ao paciente, que merece tratamento de qualidade", completou Ronald, em comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da Cardiocoop-RJ.
A Secretaria Estadual de Saúde e de Defesa Civil diz que está avaliando a situação, uma vez que o custeio do serviço é feito pelo Ministério da Saúde.
Durante esta última quarta-feira, chegou a ser divulgada a informação de que os cirurgiões já tinham feito a rescisão, mas a assessoria da entidade representativa soltou nota com a informação correta.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com
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