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  Cirurgia Torácica  
     
   
  • O que é cirurgia torácica? ▼
    • É a especialidade médica capacitada para realizar intervenções cirúrgicas nas doenças que acometem a região torácica, sejam elas operações grandes com finalidade curativa ou procedimentos menores visando estabelecer o diagnóstico preciso, por exemplo, de algum tipo de infecção tratável com medicamentos.

      O cirurgião torácico atua em quatro principais áreas topográficas: os pulmões, as pleuras, o mediastino e a parede torácica.

      Os pulmões são os órgãos responsáveis pela nossa respiração e, conseqüentemente, pela oxigenação do nosso sangue.

      As pleuras são membranas que envolvem os pulmões e a caixa torácica, mas é mais fácil e importante entender que existe o espaço pleural - na verdade, o espaço entre os pulmões e as costelas.

      O mediastino corresponde à região do "meio" do nosso corpo, entre os dois pulmões. Muito bem protegido pela caixa torácica, sua importância deve-se à presença de estruturas nobres e vitais para o nosso organismo, incluindo o sistema cardiovascular (coração, principais veias e artérias), respiratório (traquéia e brônquios principais), digestivo (esôfago) e neurológico (medula espinhal). São relativamente freqüentes os tumores dessa região, especialmente os linfomas e timomas.

      A parede torácica propriamente dita é formada por ossos (as costelas e o esterno) e músculos.

 
   
  • O que é pectus? ▼
    • É uma deformidade da parede torácica, principalmente relacionada ao crescimento "torto" das cartilagens nas costelas. Afeta aproximadamente 1 em cada 400 nascimentos. São dois os tipos principais de pectus:

      - Pectus excavatum (tórax em funil): é o defeito mais comum caracterizado por depressão do osso esterno.

      - Pectus carinatum (peito de pombo, peito de sapateiro, tórax em quilha): é menos comum, caracterizado por protusão esternal.

      A grande maioria dos pacientes é assintomática. Sintomas de ordem psicológica estão frequentemente associados a essa deformidade da parede torácica, incluindo introversão (timidez), complexo de inferioridade, provocando nos jovens a fuga do convívio social, vergonha de expor o tórax (tirar a camisa na piscina ou praia) etc.

 
   
  • Qual o tratamento para o pectus? ▼
    • Existem três tipos de tratamento:

      Fisioterápico : Traz benefícios para correção do défict postural, porém não existe melhora no defeito da parede torácica.

      Ortopédico: Existe um aparelho denominado de "compressor dinâmico do tórax" o qual comprime o osso esterno, útil apenas no pectus carinatum. Possui desvantagens como: uso diário prolongado (praticamente 24 horas por dia), incômodo para dormir, desconforto respiratório e poucos resultados satisfatórios.

      Cirúrgico: A indicação da cirurgia está baseada principalmente nas alterações estéticas e psicológicas de cada paciente, porém alguns distúrbios como sensação de falta de fôlego aos esforços podem melhorar após a correção cirúrgica. Recomenda-se operar apenas a partir dos 10 anos de idade.

      As opções cirúrgicas mais empregadas atualmente são:

      • Técnica convencional

      (ressecção das cartilagens costais bilateralmente e elevação do osso esterno)

      • Técnica minimamente invasiva

      (barra de Nuss - apenas para o pectus excavatum )

      • E o uso de próteses de silicone para preenchimento da deformidade.

 
   
  • O que é pneumotórax? ▼
    • É o acúmulo de AR no espaço pleural - o espaço entre o pulmão e as costelas. O pneumotórax pode ser causado por trauma (acidentes, perfurações etc). Mas também pode ser espontâneo - uma pequena parte do pulmão "fura" ou "rasga" e os alvéolos que foram rompidos permitem o vazamento de ar.

      O paciente refere então que o pulmão "sacode" lá dentro, que algo parece "solto", o que provoca dor. E por estar com o pulmão murcho, a pessoa ainda pode sentir falta de ar.

 
   
  • Qual o tratamento para pneumotórax? ▼
    • O tratamento pode ser feito com procedimentos de drenagem ou através de cirurgia, atualmente, muito realizada com videotoracoscopia.

      Se o pneumotórax for pequeno, existe a opção do médico não colocar o dreno, mas isto implica uma vigilância clínica (e repetir o raio x) para ter certeza de que a natureza vai conseguir resolver sozinha este problema, reabsorvendo o ar que vazou sem a ajuda do dreno.

 
   
  • O que é derrame pleural ou água na pleura? ▼
    • Derrame pleural ou água na pleura é o acúmulo de líquido no espaço pleural. Este líquido pode ser pús, pode ser sangue, pode ser água (é o que chamamos de derrame pleural). Várias situações clínicas podem provocar isto: infecções (pneumonias, tuberculose), tumores (principalmente câncer) e até disfunções de outros órgãos que não o pulmão (insuficiência cardíaca, renal, hepática etc).

      Se o médico ainda não souber a causa do acúmulo de líquido no espaço pleural, geralmente a punção com agulha (toracocentese) é o primeiro passo diagnóstico, a fim de coletar uma amostra e enviá-la ao laboratório. De acordo com a análise do líquido pode ser necessária uma biópsia da pleura ou, em alguns casos, talvez até uma abordagem cirúrgica - depende de cada caso.

 
   
  • O que é hemoptise? ▼
    • A presença de sangue no escarro - hemoptise - é um sintoma que assusta muito o paciente e frequentemente o motiva a procurar logo o médico. Na grande maioria dos casos, o sangramento é pequeno e para espontaneamente. Acontece que o sangue vai acumulando nos brônquios e, quando vem a tosse, sai tudo de uma vez, parecendo ser um sangramento volumoso.

      Assim, é sempre muito importante anotar e informar ao médico com o máximo de detalhe possível a freqüência e a quantidade de sangue expelido, se é só sangue ou sangue misturado com catarro, a ocorrência de outros sintomas tais como febre, dor torácica, falta de ar, e a presença de outras doenças e antecedentes, por exemplo, se o paciente é ou foi fumante, se tem ou já teve tuberculose , se há outros casos na família etc.

      A eliminação de sangue a partir da árvore respiratória pode ocorrer em um grande número de doenças: pneumonia, bronquiectasia (dilatações dos brônquios), tuberculose, infecções por fungos, embolia pulmonar, algumas doenças do coração, problemas da coagulação sangüínea e tumores do pulmão, inclusive câncer. Mas também há ocasiões em que não se consegue detectar com precisão a causa do sangramento. O médico poderá prescrever, se necessário, sedativos da tosse e medicamentos específicos para cada caso, como por exemplo, antibióticos.

      Em resumo, a hemoptise (escarro com sangue) não deve ser ignorada e merece investigação para que o problema possa ser diagnosticado e tratado adequadamente.

 
   
  • O que é um nódulo pulmonar? ▼
    • Nódulo pulmonar é uma lesão sólida, geralmente arredondada, menor que três centímetros de diâmetro e cercada de pulmão normal.

      O nódulo pulmonar é uma manifestação visível na radiografia e que pode ser provocado por várias doenças. A importância e gravidade dessa manifestação devem ser avaliadas com cuidado pelo seu médico. Nódulos muito pequenos ou posicionados atrás de estruturas normais podem passar desapercebidos em radiografias convencionais. A tomografia computadorizada é muito mais sensível para detectar os nódulos no pulmão.

      O diagnóstico diferencial do nódulo pulmonar é um processo complexo e que às vezes pode demorar e exige exames e procedimentos mais sofisticados. Na maioria das vezes não se deve perder tempo, mas não há urgência em determinar a origem do nódulo. Alguns detalhes simples como idade, sexo, antecedentes e principalmente hábitos fornecem as primeiras pistas. As pessoas fumantes ou aquelas expostas ao fumo (fumantes passivos) sempre tem maior risco de câncer e devem ser investigadas com maior critério.

 
   
  • Como o cigarro age nos pulmões? ▼
    • O ato de inalar a fumaça do cigarro representa uma via de acesso ao interior do nosso corpo que, sem exageros, é tanto ou mais perigosa que uma injeção na veia! Isto acontece porque as mais de 4.000 substâncias, muitas das quais reconhecidamente cancerígenas e potencialmente fatais entram nos alvéolos dos pulmões e logo passam para o sangue, disseminando-se por todo o organismo.

      O tabagismo tem tratamento, o qual se baseia em remédios, acompanhamento psicológico e reeducação dos hábitos. Procure um especialista! E vale a pena parar - antes tarde do que nunca! Os que continuam fumando após um infarto do miocárdio correm um risco maior de morrer do que os que aboliram o cigarro! Deixando de fumar por 24 horas, a intoxicação do sangue pelo monóxido de carbono diminui e a sua oxigenação atinge níveis próximos ao normal. Exames que avaliam a função pulmonar são capazes de detectar melhora significativa do "fôlego" após cerca de 15 dias sem fumar. Doenças progressivas como o enfisema (o qual mata por asfixia, isto é, a pessoa literalmente morre de falta de ar) diminuem sua velocidade de piora clínica e podem até estacionar. Quanto ao risco do aparecimento de câncer, os efeitos do cigarro ainda permanecem por muitos anos - ao procurar ajuda médica, porém, acaba acontecendo uma busca ativa de indícios de malignidade e através de um programa de vigilância é possível surpreender tumores em fases mais precoces, possibilitando assim uma melhor oportunidade de cura completa.

 
   
  • Qual a relação do tabagismo com o câncer de pulmão? ▼
    • O câncer de pulmão é o tumor maligno que mais mata no mundo, sendo que há uma relação direta entre o seu aparecimento e o número de cigarros fumados por dia / tempo (anos) de tabagismo. A agressividade do câncer de pulmão é tão grande porque em geral ele cresce "silencioso", ou seja, sem manifestar nenhum sinal ou sintoma. Quando isto ocorre (através de tosse, sangramento, dor etc), pode já ser tarde demais - apenas cerca de 10 por cento dos casos que chegam ao consultório do especialista podem ainda ser beneficiados pelo tratamento cirúrgico.

      Um conceito errado é acreditar que o cigarro só provoca o câncer de pulmão. O aparecimento de câncer em outros órgãos também está comprovadamente relacionado ao tabagismo: câncer de boca, da laringe, do esôfago, do estômago e assim por diante. E não são apenas os órgãos onde "passa" a fumaça do cigarro: igualmente por culpa do fumo é mais freqüente o câncer do pâncreas, do colo do útero, dos rins, da bexiga etc.

 
   
  • O que é a broncoscopia e quando ela é indicada? ▼
    • É um exame que permite, através de um aparelho com fibras óticas, a visualização interna do sistema respiratório, desde a laringe até os brônquios. Quando o exame se restringe à laringe (região das cordas vocais), é chamado de laringoscopia direta. Ao incluir a traquéia no procedimento, o médico realiza então uma traqueoscopia. E por fim, quando o aparelho avança ainda mais, chegando a atingir os brônquios, trata-se de uma broncoscopia, a qual obrigatoriamente inclui os dois exames anteriormente citados.
 
     
   
 
 
  Cirurgia Cardiovascular  
 
   
  • O telefone celular pode interferir no funcionamento do marca-passo cardíaco Quais os eventuais cuidados necessários? ▼
    • Os marca-passos cardíacos são dispositivos que regulam o ritmo do coração a partir de um estímulo elétrico, e teoricamente podem ser suscetíveis a interferências da corrente eletromagnética externa.

      Felizmente, a modernização dos sistemas de estimulação cardíaca hoje disponíveis, torna baixo o risco de interferências causadas pela maioria dos aparelhos eletrônicos da vida cotidiana, como portas com detectores de metal (bancos e aeroportos), forno de microondas, telefone celular, escadas rolantes e portas automáticas.

      No caso do telefone celular, apesar de não haver evidências de que possam causar problemas significativos, sugere-se que os portadores de marca-passo utilizem o telefone no ouvido contrário ao lado do implante, a uma distância mínima de 15 cm do gerador, e não o carreguem no bolso de camisa ou de casaco (junto ao peito).

      Como existem vários tipos e modelos diferentes de marca-passo, recomenda-se ao paciente consultar as informações válidas para o seu aparelho, contidas no “manual do portador de marca-passo”, que lhe é entregue no momento do implante, ou discutir as dúvidas específicas com seu cardiologista.

 
   
  • Qual o tratamento e os riscos da pressão alta devido a um estreitamento da artéria aorta? ▼
    • A hipertensão arterial, quando presente na criança ou no jovem, em geral deve-se a problemas nos rins, ou a um estreitamento congênito da artéria aorta, localizado dentro do tórax, chamado de coarctação.

      Além de não permitir o desenvolvimento normal da criança, que freqüentemente apresenta cansaço e fadiga para as atividades corriqueiras, a coarctação da aorta, enquanto não for corrigida, determinará piora progressiva da hipertensão, e risco de vida ao longo dos anos.

      O tratamento preferencial para a coarctação aórtica é a cirurgia eletiva, por uma incisão abaixo da mama esquerda, na qual o estreitamento da artéria é removido, e o fluxo de sangue normalizado. Em geral, são necessários em torno de 4 dias de hospitalização, a taxa de sucesso com a correção é superior a 90%, e o risco de complicações graves é inferior a 5%. Alternativamente, pode ser realizada a dilatação percutânea (por um cateter introduzido pela virilha), que apresenta taxa de sucesso imediato semelhante à cirurgia, mas tem maior chance de recorrência a médio e longo prazo.

      Aconselha-se que a escolha do tipo de tratamento em casos de coartação da aorta seja individualizada, e compartilhada entre o médico e os pais, considerando aspectos como a idade da criança, a extensão do estreitamento, e a experiência do grupo cardiológico.

 
   
  • Cirurgia por “dissecção aguda da aorta” tem a ver com aneurisma? Quais os cuidados futuros? ▼
    • Aneurisma é uma dilatação progressiva da artéria aorta, que em geral se estabelece ao longo de vários anos, na porção abdominal da aorta na maioria dos casos, e que, uma vez atingindo um determinado diâmetro (largura), tem o risco de romper, e causar uma hemorragia interna.

      Dissecção aguda da aorta, por sua vez, caracteriza-se por uma situação em que uma aorta até então normal, ou pouco dilatada, sofre uma “rasgadura”espontânea e súbita de seu revestimento interno, enfraquecendo significativamente as suas paredes , e tornando a artéria suscetível à ruptura ao nível do tórax . Geralmente, a dissecção aórtica determina um quadro dramático de dor no peito ou nas costas, que pode levar à morte em questão de horas, e que sempre envolve cirurgias complexas e de alto risco para a sua correção.

      Uma vez vencidos os riscos operatórios, o paciente com dissecção da aorta pode levar uma vida normal, desde que sob rigoroso acompanhamento ambulatorial de um cardiologista, para o controle dos fatores de risco cardiovascular, principalmente da hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), que é o principal determinante de recorrência da doença.

 
   
  • Quais os benefícios do marca-passo para quem sofre de insuficiência cardíaca? ▼
    • A insuficiência cardíaca caracteriza-se pelo enfraquecimento e pela dilatação progressiva do coração, levando a um quadro de cansaço, falta de ar, inchaço das pernas, que em geral limita a qualidade de vida, e que pode determinar risco de vida.

      O tratamento medicamentoso, em geral composto pela associação de mais de uma droga, é eficaz no controle da doença na maioria dos pacientes, permitindo uma vida normal. Entretanto, em casos mais graves, nos quais não se consegue manter o funcionamento cardíaco mesmo com a dose máxima das medicações, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, que pode variar desde o implante de marca-passo, até o transplante cardíaco.

      O implante de marca-passo cardíaco, originalmente destinado a corrigir distúrbios do ritmo do coração (arritmias), é a mais simples das opções cirúrgicas, podendo ser realizado com apenas 1 ou 2 dias de internação. Esta técnica tem se mostrado eficaz no tratamento da insuficiência cardíaca grave (refratária às medicações), tanto no prolongamento da sobrevida, quanto na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

      Há também um recurso adicional em alguns sistemas de marca-passo, utilizado em casos específicos de alto risco, chamado de desfibrilador implantável, que minimiza o risco de morte súbita por arritmia cardíaca, em casos de insuficiência cardíaca congestiva.

 
   
  • Qual a diferença da cirurgia minimamente invasiva para a colocação de pontes de safena em relação à cirurgia convencional? ▼
    • A cirurgia de revascularização miocárdica, conhecida como “pontes de safena” ou “pontes de mamária”, é um método mundialmente consagrado para o tratamento da angina e do infarto do miocárdio.

      A cirurgia convencional, desenvolvida e aplicada por mais de 30 anos, consiste na parada do coração, mediante ao uso de uma máquina de circulação artificial (chamada de circulação extra-corpórea ), que mantém a pressão e a oxigenação do sangue, enquanto o cirurgião confecciona os enxertos (pontes) nas coronárias obstruídas.

      As técnicas de cirurgia menos invasiva baseiam-se na não utilização da máquina de circulação extra-corpórea, o que determina que o cirurgião confeccione os enxertos (pontes) com o coração batendo. Esta abordagem, nascida inicialmente nos anos 80, e revivida ao final dos anos 90, em função do aprimoramento do instrumental que “imobiliza” o coração, propõe vantagens em relação à cirurgia clássica, como menor sangramento, menor necessidade de transfusão, menor ocorrência de danos cerebrais, e menor tempo de recuperação.

      Em ambas as situações, nas cirurgias consideradas eletivas, pode-se obter uma taxa de sucesso superior a 95% no alívio dos sintomas, com um risco de vida inferior a 3%, incluindo a cirurgia e o período operatório.

      Na verdade, não existem evidências claras de superioridade de nenhum dos dois métodos, devendo a decisão sobre qual tipo de cirurgia, basear-se em fatores como experiência do grupo cirúrgico com as técnicas, idade do paciente, número de enxertos (pontes) necessários, localização das obstruções coronárias, entre outros.

 
   
  • Quanto tempo funciona um marca-passo cardíaco? Existe o risco de ter de trocá-lo? ▼
    • Todos os sistemas de marca-passos cardíacos são dotados de um gerador de estímulo elétrico, dentro do qual se encontra a bateria que alimenta o seu funcionamento. A durabilidade desta bateria depende do tipo de marca-passo, do modo de uso (se contínuo ou se ativado eventualmente), do grau de energia necessário para estimular o músculo cardíaco em cada paciente, do número de locais de estimulação (número de cabos), e do posicionamento dos mesmos no coração.

      De modo geral, os modelos de marca-passo atualmente disponíveis permitem estimar uma durabilidade em torno de 08 anos, sendo necessária, no caso de problemas com a bateria, a troca apenas do gerador, e não de todo o sistema, o que simplifica o procedimento.

      Vale lembrar que o acompanhamento periódico com o cardiologista, permitirá a detecção precoce de uma eventual fadiga do gerador, e o planejamento eletivo da troca, sem que haja exposição do paciente a situações de gravidade, ou a riscos de desenvolver arritmia cardíaca.

 
   
  • É possível prevenir-se da morte súbita? ▼
    • A morte súbita de causa cardíaca em geral é causada por doenças estruturais do coração, que podem ser congênitas ou adquiridas, ou pela instalação repentina de uma arritmia cardíaca, chamada de fibrilação ventricular.

      No caso de atletas, regularmente são realizados testes físicos, e exames especializados que apontam precocemente a presença de anormalidades, na grande maioria dos casos.

      Para a população em geral, a melhor maneira de prevenir-se é manter um check-up anual com o clínico ou o cardiologista, o qual, baseado no histórico familiar, nos hábitos de vida, na presença de fatores de risco, ou de outras doenças, poderá estimar o risco, e determinar a realização de exames ou de tratamentos específicos.

      Em casos muito selecionados, de pacientes com alto risco de fibrilação ventricular, pode ser implantado um sistema de desfibrilador, semelhante a um marca-passo cardíaco, que dispara automaticamente choques elétricos internos no coração, quando na presença desta arritmia, impedindo a morte súbita.

 
   
  • O marca-passo é detectado ou pode sofrer interferências ao passar em portas de banco? ▼
    • Os marca-passos cardíacos são dispositivos que regulam o ritmo do coração a partir de um estímulo elétrico, e teoricamente podem ser suscetíveis a interferências da corrente eletromagnética, ou mesmo de vibrações mecânicas.

      No caso das portas com detectores de metal, como as existentes em bancos ou aeroportos, dependendo do tipo de marca-passo, do modo de estimulação, da distância e do tempo de exposição ao campo eletromagnético, interferências fugazes e assintomáticas podem ocorrer. Na prática, este tipo de interferência não provoca riscos, pois o tempo de permanência nesses locais costuma ser curto.

      De qualquer modo, vale a recomendação aos portadores de marca-passo, que permaneçam o menor tempo possível dentro destes ambientes, devendo ultrapassá-los rapidamente.

 
   
  • Diabetes retarda a cicatrização e favorece infecções cirúrgicas? ▼
    • O diabete mellitus caracteriza-se pela incapacidade do organismo em metabolizar adequadamente os açúcares, o que determina um quadro de elevação dos níveis de glicose no sangue.

      Quando não tratado, o diabete acarreta, entre outras complicações, a queda das defesas e da imunidade do organismo, determinando retardo no processo normal de cicatrização, e propensão a infecções, por vezes graves.

      Entretanto, se o paciente com diabete mellitus mantiver a taxa de glicose controlada, e um acompanhamento sistemático de sua doença com o médico clínico, não há acréscimo de risco pós-operatório, em relação à população em geral.

 
   
  • Em quanto tempo após uma cirurgia de revascularização do miocárdio poderei estar restabelecido? ▼
    • A cirurgia de revascularização do miocárdio consiste no implante de pontes de safena, ou de artéria mamária, para o controle da angina de peito grave, e para a diminuição do risco de infarto.

      O procedimento é realizado através de uma incisão no peito, e em um dos membros inferiores, que necessitam de um tempo mínimo para adequada cicatrização, antes do paciente voltar às atividades habituais.

      A condição clínica prévia do paciente, o caráter da cirurgia (eletiva ou de urgência), o número de pontes implantadas, e a presença de outras doenças associadas, são fatores que influenciam no tempo de reabilitação.

      Em geral, a recuperação requer entre 7 a 10 dias de hospitalização e afastamento das atividades profissionais por 2 a 3 semanas após a alta hospitalar.

 
   
  • A obesidade aumenta o risco de complicações cirúrgicas? ▼
    • O excesso de peso corporal traz ao organismo um estado de sobrecarga, que pode dificultar a recuperação do paciente após cirurgias de médio e grande porte. A obesidade dificulta a mobilização e a deambulação nos primeiros dias de pós-operatório, o que pode propiciar o acúmulo de secreções pulmonares, além de aumentar o risco de trombose.

      Há também um aumento significativo do risco de infecções na incisão cirúrgica nos indivíduos obesos, em relação à população em geral.

      Por isto, para as cirurgias eletivas, recomenda-se que pacientes com índice de massa corporal acima do normal procurem orientação médica para emagrecimento, antes do procedimento.

 
   
  • Existe tratamento para “persistência do canal arterial”? ▼
    • A persistência do canal arterial (PCA) é uma doença congênita do coração caracterizada pela comunicação anormal entre duas artérias, que, quando não tratada, leva a um quadro de dificuldade de ganho de peso, propensão à infecções respiratórias, cansaço, e até mesmo insuficiência cardíaca na infância.

      Uma vez realizado o diagnóstico de PCA, o tratamento indicado é a cirurgia, a qual pode ser planejada com tranqüilidade na maioria dos casos. Quando não existem outras doenças associadas, a cirurgia proporciona a correção definitiva do problema com riscos mínimos, e o retorno ao crescimento e desenvolvimento normais da criança após a alta.

 
   
  • Formigamento das pernas e câimbras significam má circulação? ▼
    • As doenças circulatórias dos membros inferiores podem se manifestar por queixas variadas, que incluem dor ao caminhar, sensação de peso ou de resfriamento nos pés, inchaço, formigamento e câimbras nas pernas, ou até mesmo feridas e lesões nas extremidades, que não cicatrizam.

      A sensação de formigamento pode indicar diminuição da chegada do sangue até os pés, comum nas obstruções artérias por placas de gordura, mas também pode estar relacionada a vícios posturais, doenças da coluna, reumatismo e diabete.

      As câimbras são queixas freqüentes em pacientes com varizes, em que existe dificuldade de retorno do sangue, embora possam associar-se também à má alimentação, a um esforço físico demasiado, ou ao uso de diuréticos.

      Em síntese, as queixas mencionadas são bem características, mas não exclusivas, das doenças circulatórias. Uma consulta ao especialista por certo esclarecerá a procedência dessas manifestações.

 
   
  • As chamadas células tronco podem ser utilizadas nas cirurgias do coração? ▼
    • As células-tronco são células embrionárias, potencialmente capazes de se diferenciar em qualquer tipo de tecido do corpo humano. Em geral estão presentes no cordão umbilical e na medula óssea, e têm sido recentemente pesquisadas, no sentido de poder substituir parte de órgãos que foram inutilizadas, como células nervosas em pacientes que tiveram derrame cerebral. No coração, a idéia de que as células tronco podem regenerar áreas de infarto, ou mesmo todo o coração, em pacientes com insuficiência cardíaca, vem sendo desenvolvida em vários estudos, inclusive em nosso meio. Apesar dos resultados iniciais promissores, a técnica do implante de células-tronco no coração ainda não está disponível para uso clínico rotineiro.
 
   
  • O que é aneurisma ventricular, e qual o seu tratamento? ▼
    • O coração é formado por fibras musculares, que têm a função de contração e de relaxamento, responsáveis pelo bombeamento do sangue ao organismo. Aneurismas ventriculares são áreas localizadas de dilatação do músculo cardíaco, que não se contraem de forma adequada, como o restante do órgão. Em geral resultantes de cicatrizes de infartos antigos, os aneurismas podem trazer complicações graves, como insuficiência cardíaca, arritmias, ou desprendimento de coágulos capazes de obstruir a circulação. De maneira geral, o tratamento indicado é a correção pela cirurgia cardíaca, na qual freqüentemente associa-se o implante de pontes de safena ou de mamária, concomitantemente.
 
   
  • Obstruções da artéria carótida podem causar derrame cerebral? Como evitá-lo? ▼
    • A deposição de placas de gordura nas artérias carótidas pode vir a determinar o derrame cerebral (AVC), seja por obstrução direta desta artéria, ou pela liberação de coágulos sanguíneos para dentro da circulação craniana. O tratamento geralmente indicado para as obstruções assintomáticas, de grau leve a moderado, é o uso de ácido acetilsalicílico (AAS), ou de outra medicação que inibe a formação de coágulos e previne o AVC. Nos casos de estenose importante (maior do que 50%), o mais indicado é o tratamento cirúrgico, sobretudo se o(a) paciente já apresentou algum sintoma clínico de isquemia, ou derrame cerebral no passado. Quando bem indicada, a cirurgia de carótida pode ser realizada com ótimo resultado, e com riscos mínimos.
 
   
  • O que é trombose, e qual o seu tratamento? ▼
    • Trombose significa a interrupção da passagem do sangue em um vaso sanguíneo, causada pela formação de coágulos. Quando impede a chegada do sangue até as extremidades, é chamada de trombose arterial, que leva à falta de irrigação sanguínea dos braços ou das pernas, e que pode determinar até o risco de amputação. Nesta situação, o tratamento indicado é a cirurgia imediata. Por outro lado, quando os coágulos impedem o retorno do sangue, das extremidades até o coração, caracteriza-se a trombose venosa, cuja complicação mais grave é a migração dos coágulos em direção aos pulmões (embolia pulmonar), sendo o tratamento clínico mais recomendado, através do uso de drogas anticoagulantes.
 
   
  • Quando é necessário fazer uma cirurgia de válvula cardíaca, é possível aproveitar a mesma valvular ou é necessário trocá-la? ▼
    • As doenças que atingem as válvulas do coração podem ser de origem congênita, ou serem determinadas por causas inflamatórias ou degenerativas.

      Independente da causa, quando uma válvula cardíaca é lesada, pode ocorrer dilatação progressiva do coração, determinando um quadro de insuficiência cardíaca, que ameaça a vida. Nesta circunstância, a cirurgia torna-se a única forma de reversão para o problema.

      O tratamento cirúrgico sempre visa recuperar a válvula do próprio paciente, através de uma “plástica”, sobretudo nas válvulas mitral e tricúspide. Entretanto, com freqüência é necessária a substituição da válvula por uma prótese, o que poderá exigir do paciente alguns cuidados em longo prazo, como o uso de anticoagulantes em comprimidos.

      Felizmente, os resultados atuais com as próteses valvulares, no que tange à eficácia e a durabilidade, podem ser consideradas excelentes, principalmente naqueles pacientes que seguem o acompanhamento com seu cardiologista.

 
   
  • Qual o risco de ruptura de um aneurisma de aorta? ▼
    • Aneurismas são dilatações localizadas na artéria aorta, causados pelo enfraquecimento da parede deste vaso.

      A necessidade de intervenção em casos de aneurisma é definida pela presença de sintomas (dor, por exemplo), ou pelo seu maior diâmetro (largura), cuja dimensão pode predizer com segurança o risco de ruptura ou hemorragia.

      Aneurismas da aorta assintomáticos, ou com o diâmetro inferior a 5 cm, têm um risco de ruptura muito baixo (inferior a 3% ao ano), que é significativamente menor que o risco da operação. Nesta situação, a melhor abordagem é a observação, associada ao controle dos fatores de risco para ruptura (principalmente a hipertensão arterial), o que muitas vezes promove a estabilização do quadro, evitando a cirurgia. Esta estratégia é bastante segura, desde que o paciente seja regularmente acompanhado por seu cardiologista, para “vigiar” o crescimento da dilatação.

      Entretanto, se o diâmetro do aneurisma exceder a 5 cm, ou se o paciente tiver sintomas, o risco de ruptura eleva-se, e a cirurgia deve ser considerada como a melhor opção terapêutica.

 
   
  • Sopro na artéria carótida pode acarretar em derrame cerebral? ▼
    • Obstruções nas carótidas em geral produzem sopro na região do pescoço, e são responsáveis por cerca de 40% de todos os casos de derrame cerebral.

      Uma vez encontrado o sopro, é necessária a realização de uma ecografia ou de uma angiografia, exames geralmente solicitados pelo médico clínico, para determinação do percentual exato da estenose.

      De modo geral, pacientes assintomáticos somente necessitam de cirurgia para remoção da placa de gordura, se a obstrução é grave (acima de 70%). Entretanto, se o paciente já apresentou alguma manifestação de isquemia, a cirurgia poderá estar indicada quando a estenose for maior que 50%.

      Independente se tratado com cirurgia ou com medicação, os pacientes com doença de carótida devem manter acompanhamento rigoroso com seu cardiologista ou neurologista, a fim de detectar-se precocemente qualquer ameaça de AVC.

 
   
  • Quais os prós e os contras de corrigir um aneurisma abdominal através de cirurgia com corte ou com colocação de prótese através de um cateter? ▼
    • No tratamento dos aneurismas torácicos e/ou abdominais, dependendo da extensão e do acometimento de algumas artérias como arco aórtico, artérias renais e tronco celíaco, pode-se afirmar que a cirurgia convencional (aberta) é ainda o método preferencial. Quando realizado eletivamente, este procedimento tem baixa mortalidade (inferior a 6%) e um ótimo resultado a longo prazo, podendo-se caracterizá-lo. Essa afirmativa é respaldada na acumulada experiência mundial, associada aos avanços da técnica e dos materiais empregados.

      O desenvolvimento de endoproteses (“stents”), que constituem em próteses metálicas revestidas, introduzidas por um catéter, via inguinal, adicionou uma nova opção de tratamento dos aneurismas. Atualmente, esta técnica pode ser recomendada nos casos com características anatômicas favoráveis.

      Em última análise, a escolha da abordagem (stent ou cirurgia) deve ser individualizada, pesando-se risco cirúrgico, expectativa de vida, possibilidade de implante por catéter, experiência do grupo cirúrgico com as técnicas, e custos de cada procedimento.

 
 
   
 
 
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