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  Rio de Janeiro: Cardiologistas podem deixar de fazer operações pelo SUS

23/08/2010

Publicada: 19/08/2010

RIO, (AE) - A Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular lançará uma campanha nacional para que os seus 1,2 mil associados deixem de operar pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida drástica é uma retaliação contra o preço pago para a equipe - cerca de R$ 940 para quatro cirurgiões e outros dois profissionais, no caso de uma cirurgia de revascularização (ponte de safena). No Rio, planos de saúde pagam até R$ 13,5 mil pelo procedimento.

A crise atinge alguns Estados - Goiás não faz cirurgias cardíacas eletivas desde 2 de dezembro. O Ministério Público intermedeia negociações entre médicos e a Secretaria de Saúde da Bahia para evitar que o serviço seja paralisado. Em São Paulo, os médicos ainda se organizam para criar uma cooperativa. O foco será a negociação com planos de saúde, que pagam cerca de R$ 1,5 mil por cirurgia para a equipe.

No Rio, os cirurgiões cardiovasculares anunciaram que vão interromper as cirurgias em outubro nos hospitais conveniados ao SUS. "O cirurgião cardiovascular hoje paga para trabalhar. Ele passa entre quatro e seis horas num centro cirúrgico, tem de ficar de sobreaviso para o caso de alguma intercorrência após a operação e, depois de 60 dias, recebe pouco mais de R$ 100 por aquele trabalho. É menos de R$ 30 por hora", afirma Ronald Souza Peixoto, presidente da cooperativa que reúne os 102 cirurgiões cardiovasculares do Rio.

Em 2009, esses médicos fizeram 8.303 cirurgias eletivas no Estado - aquelas que não são de emergência, como troca de válvulas cardíacas. Hoje, o paciente enfrenta uma fila de até seis meses para conseguir atendimento.

Briga com Estados

A briga com os Estados e municípios ocorre porque a lei prevê que as secretarias de Saúde façam a complementação do que é pago pelo SUS. De acordo com a sociedade, só Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Paraíba pagam a diferença.

Segundo Gilberto Venossi Barbosa, presidente da sociedade, a baixa remuneração tem feito com que menos médicos escolham a carreira. "O que explica que o SUS pague R$ 6 mil por um transplante hepático e a metade disso para o transplante cardíaco, que é uma cirurgia muito mais complicada?"

O secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, considera a remuneração das cirurgias cardíacas compatível com os recursos do SUS. "Não há como fazer comparações com o que é pago pelos planos", disse.

Ele observou que o per capita na área privada é de cerca de R$ 1,4 mil, bem mais que o per capita do sistema público, que não chega a R$ 700. "Há subfinanciamento do setor", resume. "A tabela apresenta uma remuneração compatível com os recursos existentes." Beltrame ressaltou que não recebeu reclamação formal dos cardiologistas sobre a baixa remuneração. "Estamos abertos ao diálogo."

Residentes em greve

BRASÍLIA (UOL Notícias) - A comissão nacional de greve dos médicos-residentes decidiu ontem manter a paralisação iniciada na última terça-feira (17). A categoria rejeitou a proposta do governo de reajustar em 20% a bolsa-auxílio de R$ 1.916.

De acordo com nota divulgada pela ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes), a decisão foi tomada porque o valor foi considerado muito distante do aumento reivindicado, de 38,7% - dos atuais R$ 1.916 para R$ 2.657.

O último reajuste da bolsa ocorreu no final de 2006. A inflação acumulada desde então ficou em 20%, mas os residentes afirmam que o valor pedido por eles inclui promessa pelo governo feita naquele ano.

Durante a paralisação, os profissionais que aderiram ao movimento só realizarão atendimentos de urgência e emergência. A ANMR estima que cerca de 18 mil dos 22 mil residentes participam da greve.

Fonte: www.jornaldacidade.net

 
 




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