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Protesto contra planos de saúde mobiliza médicos na Bahia

26/04/2012

O Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, 25 de abril, foi marcado na Bahia por uma mobilização que reuniu dezenas de médicos na Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. O encontro foi marcado por um amplo debate cujo tema Realidades e Vícios da Saúde Suplementar envolveu representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, Procon, CEHM, da Faculdade de Medicina da Bahia, das entidades médicas e de sociedades de especialidades. Somente o representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não compareceu.

O movimento nacional aconteceu pela segunda vez com o intuito de chamar atenção das operadoras, gestores e sociedade para o desrespeito à autonomia do profissional médico, que tem seu trabalho desvalorizado com o pagamento de honorários irrisórios e reajustes defasados. Os médicos reivindicam também a garantia de melhor assistência à população. Dentre os pleitos dos profissionais estão: remuneração digna referenciada na CBHPM, contratualização, respeito à autonomia do médico para o livre exercício da medicina, além da desburocratização e respeito ao paciente.

Durante 24 horas, consultas e procedimentos eletivos através de planos de saúde foram suspensos. 90% dos 17.525 médicos do estado aderiram ao protesto, de acordo com a presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM), Dra. Débora Angeli.

Dra. Débora iniciou os trabalhos fazendo um levantamento sobre a saúde suplementar no país e apresentou uma pesquisa do Datafolha revelando que 14% dos usuários de planos de saúde acabam recorrendo ao Sistema Único (SUS) por terem negativa de procedimentos, falta de cobertura ou escassez de leitos pela operadora. Tal prática, segundo a presidente da CEHM onera o estado e reduz ainda mais as possibilidades de atendimento da população que de fato necessita.

O procurador da República, Dr. Samir Cabus, do Ofício de Saúde e Consumidor, os promotores Dr. Roberto Gomes, do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Consumidor, e Dr. Rogério Queiroz, do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Saúde, e a diretora de fiscalização do Procon, Dra. Isabella Barreto reconheceram a legitimidade do movimento e manifestaram apoio à luta médica.

Dr. Hilton Pina, médico e professor da Faculdade de Medicina, defende o descredenciamento universal. O presidente do Conselho Regional de Odontologia (Croba), Francisco Simões, revelou que os cirurgiões dentistas enfrentam situação parecida na relação com os planos de saúde e pretende unir forças com os médicos. O presidente do Cremeb, Dr. José Abelardo de Meneses apresentou dados que comprovam a insatisfação de usuários com os planos. O presidente da ABM, Dr. Antonio Carlos Vieira Lopes, falou da indignação da situação enfrentada pelos médicos e se mostrou também a favor do descredenciamento.

Estiveram presentes também conselheiros do Cremeb, o 1º secretário Dr. Jorge Cerqueira, o conselheiro federal Dr. Jecé Brandão, o presidente do Sindimed, Dr. Francisco Magalhães, além de representantes das sociedades de ginecologia e obstetrícia, endocrinologia, geriatria e gerontologia, patologia cervical, endoscopia digestiva e urologia.

Jornalista responsável:

Cinthya Brandão

DRT/BA 2.397

 
 




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