4

 
  Descredenciamento de cardiologistas da Unimed chega a 90% no Paraná

07/01/2012

Atualizado em 06/01/2012 12h16

Por Bibiana Dionísio Do G1 PR

Após meses de negociação, a Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcardio-PR) anunciou que 90% dos cirurgiões cardiovasculares que atendiam pela Unimed estão descredenciados da operadora de saúde. A medida foi adotada, de acordo com a Coopcardio, individualmente pelos médicos porque os valores pagos por cirurgia estão abaixo dos praticados por outras 35 operadoras atuantes no estado e pelo Sistema Único de Saúde (Sus).

Os médicos deixarão de atender em todo o estado a partir de segunda-feira (9). A exceção é Londrina, onde os atendimentos serão suspensos em 31 de janeiro, porque ainda deve haver mais uma rodada de negociação com a Unimed local. A operadora é uma das maiores do país com 38% de participação no mercado nacional de planos de saúde. Apenas no Paraná, são 1.287.975 beneficiários, o que a caracteriza com a maior do estado.

"A frustação foi geral. Deixou de ser interessante para a gente fazer parte da Unimed", diz Marcelo Freitas, presidente da Coopcardio.

O presidente da Coopcardio, Marcelo Ferraz de Freitas, declarou que o descredenciamento dos médicos acabou coincidindo porque os profissionais foram informados, em meados de dezembro, que as negociações com a Unimed não haviam progredido. “A frustação foi geral. Deixou de ser interessante para a gente fazer parte da Unimed”, afirmou Freitas.

Freitas destacou que os pacientes não ficarão desassistidos uma vez que os beneficiados de planos de saúde têm o direito de atendimento garantido pela Constituição Federal e pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que obriga as operadoras a buscarem alternativas para garantir assistência médica aos pacientes.

De acordo com a Coopcardio, a Unimed oferece cerca de R$ 1,2 mil por operação para a equipe de quatro profissionais, o Sus em torno de R$ 2,8 mil e as demais operadoras cerca de R$10 mil com perspectiva de que o valor chegue a R$ 15 mil no prazo de um ano e meio. Freitas afirmou que os cardiologistas propuseram à Unimed R$ 7,5 mil e um período de dois anos para que o valor chegasse a R$ 15 mil. A proposta não foi aceita.

A oferta, segundo o advogado da Unimed, Carlos Eduardo Hapner, está fora dos padrões financeiros da operadora. “Na verdade é uma demissão em massa. Eles são sócios da Unimed, que é uma cooperativa médica”, avaliou o Hapner.

Em entrevista ao G1, o jurista afirmou que a operadora não vai deixar os beneficiários desatendidos. A orientação, de acordo com Hapner, é para que os pacientes que necessitam de uma cirurgia cardiovascular não se precipitem e entrem em contato com a operadora uma vez que cada caso será tratado de modo individualizado.

A Unimed não descarta a possibilidade de tentar novas negociações com a Coopardio para reverter esta decisão ou adotar medidas judiciais.

Entenda as reivindicações dos médicos

Em 7 de abril, a categoria médica organizou em todo o Brasil uma paralisação de 24 horas para reivindicar reajustes nos valores pagos por consultas e cirurgia pelas operadoras de saúde e convênios médicos. Além disso, eles também exigiam menos interferência dos planos de saúde no tratamento dos pacientes.

No mês de junho os médicos paranaenses fizeram um mobilização isolada e em setembro, houve uma nova paralisação da categoria, por 24 horas, no Distrito Federal e em mais 23 estados do país.

Segundo a Associação Médica Brasileira, a média nacional paga pelos planos de saúde aos médicos é de R$ 40 por consulta. Eles querem ao menos R$ 60 por consulta. Segundo ele, o maior valor pago é R$ 80; o menor, R$ 15.

Os anestesistas filiados a Unimed também iriam de descredenciar da operadora, mas após uma negociação intermediada pelo Ministério Público (MP) do Paraná, a categoria chegou a um acordo com a operadora sobre novos valores.

Fonte: www.g1.com

 
 




CardioTórax © Copyright 2009    ||    Todos os direitos reservados

Av. Anita Garibaldi, n 1477, Ed. Alexander Fleming, sala 403
Ondina - Salvador - BA - 41.950-176
Telefone: +55 71 3261-2613