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  Cooperativismo é uma alternativa para médicos no cenário de impasse com os planos de saúde

19/09/2011

Em assembleia realizada dia 05/09, os médicos baianos decidiram ampliar a paralisação programada para o dia 21 de setembro de 2011. Será suspenso por uma semana o atendimento eletivo aos usuários de dez planos de saúde, do dia 21 a 27 de setembro.

Ao final da paralisação (27 de setembro), os médicos farão nova assembleia para um balanço do movimento, quando também definirão as novas ações para fazer com que os planos valorizem o trabalho médico e a população que é atendida através dos convênios. Ações na Justiça também serão movidas contra os planos que não negociam e que já foram notificados judicialmente.

Os médicos estão mobilizados em nível nacional na luta por melhores honorários.

O desgaste na relação médicos/convênios vem se agravando ao longo dos anos culminando num quase colapso na assistência a milhares de brasileiros que pagam caro por um plano de saúde, já que o Sistema Único está aquém das necessidades básicas.

As emergências dos hospitais privados lotam e os pacientes ficam horas aguardando atendimento. Os investimentos para ampliação desses espaços e contratação de mais profissionais estão escassos, e a justificativa é uma só: os valores pagos pelos convênios estão obsoletos e são insuficientes. Do outro lado estão os assegurados que tem os valores das mensalidades anualmente ajustados, enquanto os médicos enfrentam defasagem nos reajustes dos honorários. Existem outros problemas como as interferências dos planos para reduzir exames, internações e procedimentos diversos, além das pressões para acelerar altas, o que põe em risco a prática segura da medicina e, sobretudo a saúde dos pacientes. Os pacientes estão recorrendo à justiça em busca de liminares. A saída para muitos médicos tem sido o descredenciamento e a adesão às cooperativas.

Na Bahia, especialistas de diversas áreas da medicina já estão bem organizados. A CARDIOTÓRAX – Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares ou Torácicos do Estado da Bahia é um exemplo de sucesso. Para o presidente, o cirurgião torácico Antonio Penna, essa realidade só irá mudar quando cada médico se propuser a agir com união. “Enquanto os médicos esperarem que o mercado se sensibilize, o governo intervenha e as entidades médicas sozinhas resolvam esse impasse, nada vai acontecer. O estado de passividade deve ser abandonado e a cooperativa se dispõe a orientar, ajudar a praticar uma medicina mais dignar e mais forte”.

Segundo Dr. Penna, cabe a cada profissional trilhar e direcionar seu trabalho fortalecido com o cooperativismo. “Nós entendemos que o único caminho de valorização do trabalho médico é quando ele mesmo se determina a lutar. É preciso ter força. Buscando o associativismo e o cooperativismo é a forma mais segura e transparente. O pilar central dessa situação é a união permanente. Unidos teremos força para melhor negociar com os convênios e, consequentemente, podemos oferecer um melhor serviço aos nossos pacientes”, ressalta.

A CARDIOTÓRAX quando foi criada em 2003 não tinha nenhum convênio. Atualmente, existem mais de dezesseis contratos com planos de saúde.

21 de setembro. Paralisação Nacional dos médicos

Veja programação do dia:

10h - Coletiva de imprensa.

11h - Debate: Mercantilização da saúde.

12h - Acarajé com arte: exposição de charges, cordéis e outros trabalhos de médicos sobre o tema medicina humanizada.

13h - Com este honorário, só rindo! Performance dos Terapeutas do Riso.

14h - Paralisação de repente: apresentação de repentistas.

15h - Médico com arte: apresentação musical.

16h - CBHPM bota a banda na rua: caminhada musical até a nova Praça de Ondina.

Encerramento com manifestação na nova Praça de Ondina.

Jornalista Responsável:

Cinthya Brandão

DRT/Ba 2.397

 
 




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